quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cinzas de Rondônia


O lugar de onde vim
não mais existe.
Sepultado no esquecimento
nos parenteses do tempo.
ele agora consiste
num epitáfio
sem nome...

No lugar onde agora estou
plantei dos sonhos
o que restou.
Fiz desta terra meu tudo
e contudo
só encontrei
aquilo que lá deixei.

No solo dos corações
há desertos e rochedos,
há regiões abissais
há fome, agústia e medo.

No solo dos corações
há tristeza e solidão,
caminhos dissimulados,
horizontes tão distantes...

Percorridos pelos sonhos,
por pesadelos medonhos,
por um nunca despertar.

Do lugar para onde vou
não há retorno,
nos caminhos do universo
o que vive mais ao longe,
fica a salvo em seu inverso.

E vou seguindo a canção
não importa a direção,
esta canção que me chama
a voz de alguém que me ama.

Eu sei bem de onde vem,
da minha infância distante,
rios de lembranças de fogo,
e cachoeiras de luz.
De volta ela me conduz
esta voz que me seduz...

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